quarta-feira, 21 de maio de 2014

Dessas histórias que nos fazem acreditar em anjos, nas pessoas e no amor...

Hoje por conta de um atendimento desci mais cedo para almoçar. Restaurante vazio, poucas pessoas, silêncio e calmaria no ar. Sentei-me com uma conhecida de outro setor. Aos poucos outras pessoas chegavam para a refeição. Confesso que tinha um pouco de pressa, mas para minha sorte, não me rendi aos apelos cronológicos. Pude, felizmente, ouvir uma belíssima história.
Em tempos em que os ouvidos da humanidade andam saturados de tanta notícia ruim o relato que segue soa como bálsamo renovador da fé na pessoa humana. E no verdadeiro amor.
Cena do Filme Meu Primeiro Amor.
In: http://portaldecinema.com.br/news/2013/08/27/12-filmes-sobre-primeiro-amor-para-assistir-e-se-apaixonar/

Ela, uma mulher com seus quarenta e uns,  talvez, espiritualidade hiperdesenvolvida e uma doença. Câncer. Travando a luta quimioterápica no afã de combater as células que multiplicavam-se desordenadas nas profundezas de seu corpo biológico. Luta essa que incluía viagens solitárias a São Paulo, de ônibus, devido ao alto custo do tratamento e às parcas economias reunidas para essa finalidade. 
Ele, um homem com seus setenta e muitos, talvez, solidão e solitude amplificadas pela viuvez e missão paterna já cumprida, usufruindo da rica aposentadoria de desembargador, mas sem ter com quem compartir sequer um pequeno prazer cotidiano.
Quis o destino - assim é mais poético descrever - que essas duas almas se encontrassem um dia e fossem ambas tocadas  pelos singelos dedos de Deus. Sim! Uma união desse porte somente mãos divinais poderiam promover.

Fonte da Imagem:
http://www.mariatirone.com/2012/08/miedo-al-amor-osho.html
Encontraram-se os dois em meio às buscas espirituais que faziam. Identificaram-se. Irmanaram-se. E amaram-se. Ele, pleno de amor transbordante, amou-a e era todo cuidados com ela. Ela, mesmo fragilizada e doente, permitiu-se ser amada. E deixando-se amar, assim amou também. Preencheu o espaço outrora ocupado pela solidão e tornou a vida de alguém algo significativamente útil.
Há rumores de que ela, cercada de todos os cuidados possíveis, quando saía do banho tinha já a roupa posta sobre a cama, a bolsa, o sapato, a toalha imediatamente à mão. Também se diz que nos dias em que ela conseguia trabalhar, o amado a esperava na Biblioteca, lendo o jornal. Viajavam juntos a São Paulo para o tratamento. E à Europa para a diversão.
Será que os dois perceberam que amando um ao outro daquela forma e naquele contexto tornavam real e verdadeiro um dos conceitos de amor que é via de mão dupla, em que o amor que vai sempre retorna, quando é dado por inteiro, sem expectativas, sem esperas, sem aguardar retribuição?
Espero sinceramente que sim.
Pois essas duas almas tiveram a chance de experimentar algo singular e mágico em suas vidas.
Essas almas receberam dos céus uma benção!
Ela teve de passar por uma doença grave para ter a chance de experimentar a rica experiência do amor. Ele teve de passar pela solidão para ter a chance de experimentar a rica experiência da doação.
Cena do Filme Ensina-me a Viver.
In: http://portaldecinema.com.br/news/2013/08/27/12-filmes-sobre-primeiro-amor-para-assistir-e-se-apaixonar/
Um sentimento muito intenso de comoção e de esperança inundou meu coração quando ouvi essa linda história. 
Pensei em quantos de nós teremos a chance de vivenciar algo similar. Em quantos de nós acreditaria que esse tipo de sentimento existe. Em como nos comportaríamos se fôssemos nós os protagonistas dessa história.
Não sei se algo assim acontece por que merecemos, ou se por que precisamos, mas de uma coisa tenho certeza: desejo do fundo do meu coração ter a capacidade de perceber, mesmo em meio a tanta poluição e ruídos, quando um amor real, genuíno e verdadeiro estiver por me visitar!

By  MariBlue.



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