terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Catarse


Hoje quero me desprender de tudo aquilo que me paralisa. Quero assumir uma nova postura diante das coisas que ouvi, que vi, que vivi. Quero me livrar de toda a poeira que ficou impregnada em meus pés e não desgrudou, especialmente daqueles lugares onde não fui bem recebida. Quero me libertar de todos aqueles que tentaram sequestrar minha subjetividade. E eu mesma soltar as amarras mentais que me mantém refém de mim mesma. Quero ser o projeto original desenhado pelo Criador e não as alterações sem controle que querem fazer de mim. Construirei ao longo desses dias espaços e tempos de silêncios que me ajudarão a aprender a me amar e me dispor para o outro. Darei a cada dia passos mais firmes e seguros em direção à felicidade. Aprenderei a pontuar a vida da maneira mais serena e adequada. Exclamar quando houver espaço, indagar sempre que necessário, pontuar sempre! Ser cara de exclamação para aqueles que mais amo. Buscarei a facilidade para o perdão e não para o desamor. Prestarei mais atenção ao que sinto, expressarei os meus desejos. Serei cada vez mais dona da minha própria vida, do meu ser e responsável pela qualidade de vida que busco e mereço. Farei bom uso da mais fantástica ferramenta que Deus deixou que é o meu corpo. E o transformarei no melhor invólucro para a essência divina que nele habita. Quero reconhecer cada vez mais em mim a imagem do Cristo que sempre devolveu ao outro o que cada um é. Quero ter a alegria de me saber e de reconhecer que o outro também é. Amar o outro passa, inegavelmente, pelo exercício de amar-me. E é nessa empreitada que irei seguir. A passos largos e firmes, mas sem pressa. Com a calma e a convicção de quem conhece os próprios limites e sabe que a pressa pode ser prejudicial. E, quando achar que já estou pronta, quero ter a graça de descobrir que ainda falta algo, que ainda existirão traços a serem definidos e desenhados, mas que o resultado visível já apresenta contornos de uma sensacional obra de arte.