quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

As voltas que o mundo dá...





 
Curioso como a vida nos coloca em situações tão surpreendentes...

Hoje observando o Cerimonial da Guarda Militar para recepcionar autoridades estrangeiras no Palácio do Planalto me lembrei de uma época em que passava na porta dessa imponente edificação sentada no banco do carona quando calhava de ir com uma amiga em seu carro para a Universidade de Brasília.
Somando-se a tranquilidade e o conforto do deslocamento à variação da paisagem, o ponto máximo da viagem não era exatamente o momento em que chegávamos à Universidade, mas, quando passávamos na porta do Palácio e os soldados que faziam a Guarda estavam lá, a postos, inertes e enrijecidos tal qual estátuas. Lembro bem que os meus preferidos eram os Dragões da Independência.
Eles trajavam suas vestimentas com variações de branco e vermelho, usavam coberturas de cabeça com uma longa cabeleira negra, lanças pontiagudas e coturnos reluzentes ao sol. Meu prazer era, ao passar por eles, abrir completamente o vidro do carro, acenar e gritar um sonoro BOM DIA!
Fiz isso repetidas vezes sem esperar qualquer tipo de retorno, até que um dia um deles acenou de volta. Aquilo significou a glória para mim, pois jamais imaginei que algum deles fosse me cumprimentar! Até o final do percurso eu e minha amiga rimos muito do ocorrido.
Alguns anos depois (e aí está a graça da vida) posso ver o batalhão inteiro dos Dragões da Independência se posicionar para receber chefes-de-estado de outros países, estando eu do lado de dentro do Palácio do Planalto.
Descobri também, conversando com um desses imponentes Dragões, que muito provavelmente aquele soldado que me cumprimentou recebeu uma reprimenda ou punição, considerando que eles tem de ficar imóveis por um determinado período de tempo.
Confesso que a informação me causou uma rusguinha de preocupação, mas o que me deixa com a consciência em paz é que tenho a impressão de que aquele soldado sabia que minha intenção não era prejudicá-lo, mas simplesmente estabelecer um contato.


Se você ficou curioso(a) e quer saber mais sobre o Regimento de Cavalaria de Guardas clique nos links a seguir:

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Dias melhores virão...








Há tempos cinzentos, nebulosos...
Dias em que tudo é apenas contorno e sombras,
em que alguns males afligem o coração.
Entretanto, apesar e além de tudo, 
se esconde no mais íntimo do ser
a latente certeza de que dias melhores virão...

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Catarse


Hoje quero me desprender de tudo aquilo que me paralisa. Quero assumir uma nova postura diante das coisas que ouvi, que vi, que vivi. Quero me livrar de toda a poeira que ficou impregnada em meus pés e não desgrudou, especialmente daqueles lugares onde não fui bem recebida. Quero me libertar de todos aqueles que tentaram sequestrar minha subjetividade. E eu mesma soltar as amarras mentais que me mantém refém de mim mesma. Quero ser o projeto original desenhado pelo Criador e não as alterações sem controle que querem fazer de mim. Construirei ao longo desses dias espaços e tempos de silêncios que me ajudarão a aprender a me amar e me dispor para o outro. Darei a cada dia passos mais firmes e seguros em direção à felicidade. Aprenderei a pontuar a vida da maneira mais serena e adequada. Exclamar quando houver espaço, indagar sempre que necessário, pontuar sempre! Ser cara de exclamação para aqueles que mais amo. Buscarei a facilidade para o perdão e não para o desamor. Prestarei mais atenção ao que sinto, expressarei os meus desejos. Serei cada vez mais dona da minha própria vida, do meu ser e responsável pela qualidade de vida que busco e mereço. Farei bom uso da mais fantástica ferramenta que Deus deixou que é o meu corpo. E o transformarei no melhor invólucro para a essência divina que nele habita. Quero reconhecer cada vez mais em mim a imagem do Cristo que sempre devolveu ao outro o que cada um é. Quero ter a alegria de me saber e de reconhecer que o outro também é. Amar o outro passa, inegavelmente, pelo exercício de amar-me. E é nessa empreitada que irei seguir. A passos largos e firmes, mas sem pressa. Com a calma e a convicção de quem conhece os próprios limites e sabe que a pressa pode ser prejudicial. E, quando achar que já estou pronta, quero ter a graça de descobrir que ainda falta algo, que ainda existirão traços a serem definidos e desenhados, mas que o resultado visível já apresenta contornos de uma sensacional obra de arte.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

De Ano Novo, Novo Ânimo, Ânima Nova...

(*,*)Respirando profundamente para inspirar as boas coisas que o ano novo quer trazer. Começo de ano, recomeço de vida... Para quem? Talvez para quem tenha a capacidade de perceber suas próprias dificuldades e mazelas e que tenha a coragem de buscar resolvê-las. Que o inspirar o novo, traga novo vigor às antigas atividades e ocupações. Que ventile e areje as relações. Que desopile e amenize as preocupações. Que o novo ano traga também novo ânimo. E renovados prossigamos todos conscientes dessa linda e desafiadora jornada que é Ser...(*,*)

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A Inexorável Força do Tempo

Naquela manhã ela acabara de deixar o carro no estacionamento do trabalho. Como sempre apressada (atrasada, pra variar) passava pela portaria e se dirigia às escadas (praticamente a única atividade física que fazia nos últimos tempos). Antes que ela alcançasse os degraus, uma pessoa se colocou à sua frente. Estacou. Era um homem alto, vestia um terno escuro e usava um chapéu sobre a cabeça coberta já por fios de cabelo bastante grisalhos. Ele estava de costas e não viu quando ela parou abruptamente para deixá-lo passar. Com a bolsa na mão direita, uma pasta na esquerda e o olho no relógio ela deu passagem ao homem. Então, ele passou à sua frente, segurou o corrimão com a mão direita e, vagarosamente elevou o pé direito para, muito lentamente, colocá-lo no primeiro degrau.

Ela praticamente colada às suas costas já estendia a mão para o corrimão, com a velha pressa de sempre. Quase esbarrando no homem à sua frente, foi que percebeu que o ritmo que se instalava naquele momento era outro. Então recuou um passo e atentamente observou o que parecia ser a ação de caminhar eternizada a cada passo. O relógio parou de marcar o tempo: não havia segundos, minutos ou  horas. Somente os pés daquele homem idoso, pisando os degraus da escada. Devagar e cautelosamente, ela seguia atrás dele, sem ruído, para não lhe causar algum tipo de pressão. Por mais pressa que tivesse, o tempo eterno daquele instante a fez refletir que chega um momento na vida em que a pressa simplesmente deixa  existir. Foram alguns mínimos segundos que pareceram longos minutos. Apenas um pensamento lhe veio à mente: a cada passo dado, a cada degrau vencido, a cada impressão digital deixada no corrimão; em cada fio de cabelo grisalho escondido embaixo daquele chapéu existe, e continuará existindo, a INEXORÁVEL FORÇA DO TEMPO....

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Gentileza

Na manhã de sexta-feira que hoje começou muito preguiçosa por causa da chuva que caía persistente, não tive escolha: fui obrigada a desacelerar. O trânsito lentamente fluía por entre os ‘ésses’ das obras no percurso para o trabalho. Escolhi, porém, desligar o rádio e utilizar uma habilidade subutilizada nos tempos corridos de ultimamente: a capacidade de observar. Pude perceber como o cenário fica diferente com as nuvens carregadas de chuva, pesando sobre a terra, prestes a desabar: tudo mais verde, mais vistoso, mais tenro. Também pude notar as mudanças provocadas pelo homem na paisagem: ontem não vira aquele desvio; não tinha percebido aquela bifurcação; muito menos aquela edificação. Tudo parecia novo, num cenário tão familiar, repetidamente visitado. Outras novidades durante o percurso: as pessoas por ali (na verdade, já reparava nas pessoas, mas não de modo tão detalhado). Simples trabalhadores da construção civil. Importantes personagens sem identidade e sem rosto. Trabalham sem descanso nessas obras empreitadas, interferindo diretamente na mudança do cenário. Pude hoje olhá-los com outro olhar. Pude vê-los. Sob o sol escaldante ou sob a chuva insistente, lá estão eles. Na manhã preguiçosa e nebulosa de hoje acompanhei a tocante cena: uma senhora de idade se esforçava para passar por um meio-fio em meio à confusão de terra, pedras, cimento e lama. Um desses trabalhadores que auxiliava o tráfego correu até a senhora lhe estendeu a mão e a ajudou a vencer o obstáculo.

Do outro lado da rua a senhora teria a mesma dificuldade pois o meio-fio também era alto. O trabalhador acenou para o companheiro e indicou a senhora. De pronto o homem foi ao encontro e a auxiliou a concluir a travessia. Enternecida com a cena nem percebi que os carros adiante avançaram alguns metros. Sorri. Pensei na simplicidade e na força que tem a gentileza. A imagem ficou marcada nas minhas ‘retinas tão fatigadas’ e alegrou a nebulosa manhã. Fui trabalhar pensando em como faz bem ser gentil e em como é bom receber um gesto de gentileza. Talvez se as relações humanas fossem pautadas em gentileza o mundo fosse diferente. Pra terminar essa semana duas dicas: a primeira é ler sobre o Profeta Gentileza (http://pt.wikipedia.org/wiki/Profeta_Gentileza) que inspirou essa maravilhosa letra de Marisa Monte: (http://letras.mus.br/marisa-monte/47282/).
A segunda dica é fazer sempre o bem, sem olhar a quem. Bom final de semana!
By M@riBlue.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Quando eu ganhar a mega-sena...


Fonte da Imagem: http://lendasfolcloricas.blogspot.com.br/p/brincadeiras-e-jogos.html

É um pouco triste ficar imaginando que a minha vida seria melhor depois que eu ganhasse na mega-sena. Por que assim que eu ganhasse começaria a fazer uma série de coisas com as quais eu tantas vezes sonhei mas nunca imaginei alcançar. Como por exemplo viajar à Itália ou à Grécia. Ou ter a chance de visitar diversos lugares maravilhosos pelo Brasil.
Quem nunca fez planos sobre o que fazer depois de ganhar a mega-sena que atire a primeira pedra!
Entre fazer viagens pelo mundo, ir à Disney, se livrar das dívidas, largar o emprego, abrir um negócio próprio, comprar uma casa, se mudar para o litoral, sair do país, ir para um lugar remoto, viver de aventura, fazer um cruzeiro, gastar tudo em Las Vegas, ajudar carentes (e parentes!) enfim, quaisquer dessas coisas podem ser razões suficientemente fortes para fazer com que muita gente no mundo inteiro tenha o hábito de tentar a sorte apostando em loterias. Faço parte desse universo de pessoas. Infelizmente, acho. Fico pensando em como seria mais interessante se todos nós tivéssemos condições econômicas adequadas  e acesso às coisas boas que a vida pode oferecer.
Mas ‘todos nós’ pode parecer muita gente, né? Quase todas as coisas boas do mundo exigem uma contrapartida financeira bastante significativa. Não escrevo aqui para falar sobre justiça social ou igualdade econômica. Mas me incomoda o fato de que algumas pessoas trabalhem tanto e geralmente ‘morram na praia’.
Será que todo esse contingente está mesmo fadado a esse destino? Me inquieta um pouco esse tipo de conclusão. Quero crer que existam maneiras de ascensão ao alcance de todos. Hoje desejo pensar grande, pensar pra cima, pensar positivo.
Assim, quando eu ganhar na mega-sena irei fazer todas aquelas coisas que fico imaginando que vou fazer e desejarei do fundo do meu coração que isso possa acontecer com todas as pessoas do mundo!
Mas no fundo mesmo, lá no fundinho do meu ser, minha esperança era de que cada um pudesse fazer todas essas coisas que tem vontade como recompensa pelo seu trabalho honrado, suado e digno. Esse sim, era o meu maior desejo...